O Blog da Dengue tem finalidade meramente educativa. Aqui, aos poucos, serão disponibilizadas informações sobre dengue ( a doença, o vetor e o controle), escorpiões, roedores, dentre outros. Este blog é uma iniciativa da Equipe de Controle de Zoonoses do Centro de Saúde São Francisco (GERCZO-P) e da equipe do DSG-UFMG. Participe também, no Orkut, da comunidade "EU ODEIO DENGUE RADICALMENTE".
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
ROEDORES, UM PROBLEMA EM SAÚDE PÚBLICA !!!
ROEDORES, UM PROBLEMA EM SAÚDE PÚBLICA !
Wender Pinheiro da Conceição e Cristina Marques Lisbôa Lopes (GERCZO-P)
Os roedores, ao contrário do que muitos imaginam não se transformam em morcegos depois de velhos. Morcegos são mamíferos da Ordem Chiroptera e roedores pertencem à Ordem Rodentia.
As perdas econômicas por roedores em áreas urbanas e rurais têm sido estimadas pela OMS em U$10 por roedor e pela FAO/1986 de 33 milhões de toneladas de alimentos por ano. Além destes prejuízos os roedores causam danos incalculáveis à saúde do homem uma vez que veiculam doenças como: peste bubônica, tifo murino, leptospirose, triquinelose, cólera, disenteria, febre da mordedura, entre outras.
Tem sido um grande desafio para a humanidade o controle de roedores. Ratos e camundongos sempre coabitaram com o homem por causa de seus dejetos e estoques de alimento. Estima-se que existam 3 roedores por ser humano e em torno de 4% a 8% dos cereais, raízes e sementes são contaminados por urina, fezes e roeduras anualmente. Não bastando os prejuízos já citados, os roedores também causam graves acidentes em instalações e maquinários onde penetram, roendo tubulações plásticas ou revestimento isolante de cabos elétricos. Calcula-se que mais de um quarto dos incêndios acidentais sejam causados por roedores.
O onipresente rato sobrevive e prolifera nos mais diversos ambientes devido à sua extraordinária adaptabilidade. Por causa de seus intintos apurados exigem para o seu controle um profundo conhecimento de sua biologia e comportamento.
CAMUNDONGO:
Os camundongos (Mus muscuculus) são pequenos roedores de corpo delicado e cabeça afilada; possuem a cauda fina, sem pelos e pés sem membranas interdigitais; os olhos são pretos e pequenos; as orelhas são grandes e salientes em relação à cabeça; pesam aproximadamente 10 a 21 g., medem 8 a 9 cm. O período de gestação é de 19 a 21 dias, podendo ter 5 a 6 ninhadas por ano com 3 a 8 filhotes por ninhada; com 42 a 45 dias já estão maduros sexualmente e vivem aproximadamente um ano. Vivem em pequenos grupos familiares, não constituindo colônias.
RATO DE TELHADO:
O rato de telhado ou rato do forro (Rattus rattus) possui o corpo esguio e a cabeça afilada; a cauda é fina e sem pelos, o pés não apresentam membranas interdigitais, a planta é larga e os calos estriados. Os olhos são grandes e as orelhas embora delgadas e sem pelos são grandes e salientes em relação à cabeça. Medem 16 a 21 cm, a coloração da pelagem é escura e pesam entre 80 a 300 g.A gestação dura aproximadamente 20 a 22 dias, com 4 a 8 filhotes por ninhada; atingem a maturidade sexual com 60 a 75 dias e vivem cerca de 18 meses. Vivem em colônias com territórios definidos, possuindo categorias de dominantes e dominados. Geralmente vivem em locais mais altos como forros de telhados.
RATAZANA:
A ratazana ou rato do esgoto (Rattus norvegicus) possui corpo e cabeça rombudos, cauda grossa e peluda com anéis, pés com membranas interdigitais, planta estreita e calos lisos; os olhos e orelhas são pequenos em relação à cabeça. A pelagem é grosseira e áspera, medem 18 a 25 cm e pesam entre 280 a quase 500 g. Podem ter de 8 a 12 ninhadas anuais e o período de gestação é de 22 a 24 dias. Atingem a maturidade sexual com 60 a 90 dias de idade e vivem cerca de 2 anos. Vivem em colônias com territórios bem marcados onde se verifica a presença de dominantes e dominados. Geralmente vivem em galerias de esgotos e locais no solo próximos à fonte alimentar.
CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS:
O olfato dos roedores é bastante apurado e sensível. Não estranham o odor humano. O paladar é bem desenvolvido e sabem memorizar o sabor dos alimentos, desprezando o que estiver estragado. A audição é aguçada e são sensíveis ao ultra-som embora se adaptem aos mesmos. O tato é bem desenvolvido, particularmente a nível de vibrissas que são de grande utilidade para o deslocamento no escuro, uma vez que não enxergam bem e nem distinguem cores.
HÁBITOS E COMPORTAMENTO SOCIAL:
Os roedores possuem dentes incisivos de crescimento constante e por isso possuem a necessidade de estarem roendo o tempo todo. Ao buscarem seu alimento à noite o fazem quase sempre pelo mesmo percurso de forma que deixam marcas de gorduras nas paredes, marcas do pés e trilhas de passagem. Costumam levar o alimento para as tocas para alimentar também os seus filhotes. São ariscos e exigentes quanto ao alimentos, experimentando sempre pequenas poções de cada vez e comunicam seus achados aos demais membros da colônia. Só são observados durante o dia quando há uma superpopulação.
As ratazanas e ratos do telhado formam colônias de número variáveis de acordo com o território habitado e a disponibilidade de alimento. Tanto machos quanto fêmeas se dividem entre dominantes e dominados. Os dominantes são mais fortes e robustos e recebem preferência no acesso a alimentos e escolha de parceiros. Os dominados devem se contentar com as sobras se quiserem permanecer na colônia. Os camundongos nunca vivem em colônias mas em pequenos grupos familiares. Somente em casos de superabundância de alimentos é que pode se observar espécies diferentes coabitando o mesmo território, mas normalmente existe competição por espaço e alimento e a ratazana por ser mais forte acaba prevalecendo.
CONTROLE DE ROEDORES:
Devido ao fato dos roedores serem extremamente prudentes e desconfiados não entram facilmente em contato com alimentos novos no ambiente, aguardando e observando os menos precavidos e somente experimentando se não houver um perigo evidente. Desta forma o controle químico muitas vezes não é bem sucedido principalmente com uso de iscas com raticidas agudos. Apenas os camundongos é que são menos desconfiados e imprudentes, chegando a ser curiosos.
Mas o controle não deve ser exclusivamente químico, muito pelo contrário, uma vez que simples medidas de antiratização muitas vezes são mais do que suficientes.
Em primeiro lugar é necessário avaliar as condições locais e quais os fatores responsáveis pela infestação de roedores para então serem aplicadas medidas pertinentes de controle mecânico, visando impedir fisicamente os roedores alcançarem certos ambientes, pela colocação de empecilhos ou obstáculos físicos: eliminação de aberturas e frestas; colocação de válvulas para impedir refluxo dos efluentes em vasos sanitários; utilização de grades de ferro resistente a roeduras em dutos de ventilação, caixas de esgoto, etc; acondicionamento de rações e grãos em vasilhames bem tampados, etc. Associado às medidas citadas podem ser utilizados os dispositivos de captura de roedores como as ratoeiras. Outros dois métodos que podem ainda ser utilizados são a pasta adesiva (que consiste numa bandeja impregnada com uma cola especial) e a barreira elétrica em pontos de passagens de roedores.
Entretanto existem situações que requerem a utilização de métodos químicos associados ao controle mecânico. É bom deixar sempre claro que a utilização de raticidas requer a avaliação de um profissional competente, haja vista que no mercado há uma variedade muito grande de venenos que não funcionam ou que requerem um manuseio adequado por sua alta toxicidade:
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
-Cenepi. (2005). Ms/Brasìlia: Controle de roedores urbanos
-Fundação Nacional de Saúde. (1993). Normas operacionais de Centro de Controle de Zoonoses: procedimentos para o controle de roedores. Brasília: FNS.
-Fundação Nacional de Saúde. (1995). Manual de leptospirose. Brasília: FNS.
-Fundação Nacional de Saúde. (2004). Manual de controle de roedores. Brasília: FNS.
-Cenepi. (2005). Ms/Brasìlia: Controle de roedores urbanos
-Fundação Nacional de Saúde. (1993). Normas operacionais de Centro de Controle de Zoonoses: procedimentos para o controle de roedores. Brasília: FNS.
-Fundação Nacional de Saúde. (1995). Manual de leptospirose. Brasília: FNS.
-Fundação Nacional de Saúde. (2004). Manual de controle de roedores. Brasília: FNS.
terça-feira, 9 de junho de 2009
quinta-feira, 14 de maio de 2009
DENGUE
DENGUE, SAIBA MAIS SOBRE ESTA DOENÇA !
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), anualmente cerca de 50 a 100 milhões de pessoas são acometidas por esta doença em todo o mundo, gerando aproximadamente 550.000 hospitalizações e 20.000 óbitos. Estima-se que 2,5 bilhões de pessoas vivam em área de risco. Os casos de Febre Hemorragica da Dengue (FHD) por ano atingem cifras entre 250.000 a 500.000, com letalidade média de 5%. No Brasil, são notificados 400.000 casos anualmente e, nos últimos cinco anos, foram registrados cerca de 7.000 casos de FHD, com letalidade média de 10%.
A dengue é uma doença febril e aguda que pode se apresentar com curso benigno (Dengue Clássica) ou evoluir para formas com complicações e formas graves (FHD e Síndrome do Choque da Dengue-SCD).
O agente etiológico é um virus RNA, da Família Flavivirídae e do Gênero Flavivirus, apresentando quatro sorotipos distintos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A infecção por um deles confere imunidade pemanente para o mesmo sorotipo e imunidade parcial e temporária para os demais sorotipos.
Os vetores são insetos da Ordem Diptera, mosquitos do Gênero Aedes. A espécie vetora mais importante, Aedes aegypti, transmite também a Febre Amarela urbana. Aedes albopictus, conhecido popularmente como "tigre asiático" é uma especie vetora importante na Ásia e na África. Embora amplamente difundida nas regiões sul e sudeste do Brasil, esta espécie ainda não foi associada à transmissão de dengue no país.
Reservatório da doença: embora tenha sido descrito, na Ásia e na África, um ciclo silvestre envolvendo macacos, a fonte de infecção da doença e reservatório do virus é o ser humano.
A transmissão se dá pela picada do vetor, Aedes aegypti. Cerca de 8-12 dias após o repasto sanguíneo em uma pessoa infectada e no período de viremia (um dia antes do aparecimento da febre até o 6º dia após o início dos sintomas), o mosquito está apto a transmitir o vírus durante toda a sua vida (6-8 semanas). Apenas as fêmeas exercem hematofagismo, condição essencial e necessária para a postura de ovos, pois o sangue fornece proteínas para o desenvolvimento dos mesmos. Uma vez infectada, a fêmea de Aedes aegypti pode transmitir o vírus para a sua prole via transovariana. Dessa forma, os machos que assim se infectaram, por sua vez, podem infectar novas fêmeas através do acasalamento, pelos espermatozóides. Um outro mecanismo de transmissão ocorre quando a fêmea tem o seu repasto sanguíneo em pessoa infectada interrompido e, imediatamente, se alimenta em outro hospedeiro susceptível e próximo.
O ciclo biológico do vetor (de ovo a inseto adulto) completa-se em aproximadamente 10 dias no verão, podendo prolongar-se por mais alguns dias em temperaturas mais baixas. Os ovos podem permanecer viáveis em criadouros favoráveis, em locais sombreados, por mais de um ano. As fêmeas podem ovipor, em média, 500-700 ovos em todo o seu período de vida. As posturas são sempre realizadas dois a três dias após o repasto sanguíneo e, são realizadas parceladamente. De um modo geral, cada postura é feita em vários criadouros distintos e próximos. Normalmente não voa mais do que 100 metros de distância à procura de um criadouro, mas pode alcançar raios superiores a 2 km. A dispersão do vetor a longas distâncias é mais frequente através de transporte de recipientes que contenham ovos ou larvas do mosquito. O número médio de repastos sanguíneos é 15 e o de ovos varia entre 50 a 200 por postura. Aedes aegypti é um inseto holometábolo, ou seja, possui os seguintes estágios de desenvolvimento: ovo, larva (4 estádios), pupa e adultos (macho e fêmea). As fêmeas são antropofílicas, ou seja, embora possam se alimentar em uma grande variedade de vertebrados, apresentam marcada predileção por sangue humano. Os machos se alimentam exclusivamente de carboidratos extraidos de vegetais. As fêmeas também se alimentam de seiva de plantas. Uma única inseminação é suficiente para fecundar todos os ovos que uma fêmea possa produzir durante todo o seu período de vida.
Principais criadouros: pratinhos de vasos de plantas, pneus, caixas d'água mal tampadas, inservíveis (copinhos descartáveis, embalagens plásticas, latinhas etc.), garrafas, calhas entupidas, bueiros com falta de escoamento de água, lajes e lonas expostas, bebedouros de animais, etc.
Quantas pessoas uma única fêmea pode infectar com o vírus da dengue ? Teoricamente, se uma fêmea em seu primeiro repasto sanguíneo suga sangue de um individuo infectado e no período de viremia, se a mesma vive cerca de 6-8 semanas, se alimenta a cada 2-3 dias e os repastos não são interrompidos, nesta situação, o máximo de pessoas que poderá infectar são 30. Entretanto, é frequente a interrupção do repasto sanguíneo, portanto, uma única fêmea infectada pode transmitir o virus a muitas pessoas.
O período de incubação da doença no homem varia de 3-15 dias, sendo a média 5-6 dias.
Definição de CASO SUSPEITO de Dengue Clássica: paciente com febre alta (acima de 38ºC) por até sete dias apresentando ainda pelo menos dois dos seguintes sintomas: dor de cabeça (cefaléia), dor nos olhos (dor retroorbitária), dor nas juntas (artralgia), dor muscular (mialgia), prostração e manchas no corpo (exantema).
Definição de CASO CONFIRMADO de Dengue Clássica: caso confirmado laboratorialmente, por exames sorológicos específicos (isolamento viral e/ou pesquisa de anticorpos IgG e IgM) ou, diagnóstico clínico epidemiológico em períodos de epidemia local.
Situações que aumentam o risco para evolução desfavorável da doença: pacientes que tiveram dengue anteriormente, crianças menores de 13 anos, adultos com mais de 65 anos, gestantes, portadores de cardiopatias, diabetes mellitus, asma brônquica, doenças auto-imunes, doenças renais crônicas, doenças hematológicas, doença cloridro-péptica.
Definição de CASO SUSPEITO de FHD: paciente suspeito de dengue clássica que apresente manifestações hemorrágicas como : prova do laço positiva, hematêmese (vômito com sangue), melena (fezes com sangue), dentre outros, associados a sinais e sintomas de choque vascular.
Sinais e sintomas de alerta:
- Dor abdominal intensa e contínua;
- Vômitos e/ou diarréia persisentes;
- Hepatomegalia (aumeno do fígado) dolorosa à apalpação;
- Hemorragias importantes (hematêmese e/ou melena);
- Derrames cavitários (peritoneal, pleural, pericárdico, etc);
- Hipotensão arterial;
- Pressão arterial convergente (diferença menor que 20 mm Hg entre a PA sistólica e a PA diastólica);
- Hipotensão postural (queda maior que 20 mm Hg na PA sistólica ou 10 mm Hg na PA diastólica em intervalo de ate 3 minutos após paciente se colocar em pé);
- Taquicardia com pulso fino;
- Lipotímia ("desmaio", "síncope");
- Hipotermia ou diminuição repentina da temperatura corporal;
- Extremidades frias, cianóticas (roxas);
- Desconforto respiratório;
- Redução da diurese (urina);
- Prostração intensa, sonolência ou irritabilidade.
Atenção, são achados laboratoriais importantes: trombocitopenia (queda na contagem de plaquetas) e hemoconcentração (variação do hematocrito em 20%). É importante também a informação se o paciente teve dengue anteriormente.
TRATAMENTO: tratamento sintomático, repouso, hidratação oral e/ou venosa, tratamento das complicações. Não deve ser utilizado qualquer medicamento à base de ácido acetil salicílico e antiinflamatórios. Somente o médico poderá prescrever a medicação, orientar o tratamento e dar os devidos encaminhamentos aos casos sem ou com complicações e evoluções desfavoráveis. A automedicação pode ser perigosa e trazer riscos à sua saúde ! Em caso suspeito de dengue, procure seu médico particular ou a unidade de saúde mais próxima a sua residência. Se estiver com dengue não deixe de fazer os exames solicitados e hidrate-se bem.
Lembre-se sempre: dengue é uma doença de NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA (Portaria SVS/MS nº 5 de 22/02/2006). Vários municípios utilizam os casos notificados para proceder investigação ambiental e definir a necessidade de controle químico espacial (UBV, "fumacê") em áreas de concentração de casos suspeitos e/ou confirmados da doença. Este tipo de controle não tem efeito residual no ambiente mas , em certas situações é fundamental, principalmene quando a densidade vetorial é alta, pois permite o bloqueio do ciclo de transmissão da dengue, uma vez que o produto elimina rapidamente muitos mosquitos vetores.
MEDIDAS DE CONTROLE: controle químico com produtos larvicidas ou inibidores de quitina, produtos adulticidas, educação sanitária, eliminação de criadouros favoráveis à proliferação do vetor. Um dos aspectos mais importantes no controle do vetor é a conscientização de população e mudanças de hábitos, uma vez que o controle químico não elimina o criadouro do mosquito.
QUER SABER MAIS ? AINDA TEM MUITAS DÚVIDAS ? ESCREVA-NOS, MANDE SUA MENSAGEM.
Bibliografia consultada:
1- BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Dengue: instruções para pessoal de combate ao vetor: Manual de normas técnicas. 3. ed. rev. Brasília, 2001. 84 p.
2- BRASIL. Ministerio da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de vigilância epidemiológica, 6. ed. Brasília, 2005. 816 p.
3-SUS/PREFEITURA DE BELO HORIZONTE. Protocolo para atendimento aos pacientes com suspeita de dengue-2009. Belo Horizonte, 2009. 12 p.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
terça-feira, 12 de maio de 2009
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